"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A melhor possibilidade é morrer...

Podemos conversar... ou nos amar, ou viver, ou nos prender aos lençóis, ou nos entregar um ao outro... ou seilá. morrer. podemos morrer.
Talvez seja a melhor possibilidade, pois tudo que fizermos de prazeroso e momentâneo nos levará ao pior e irreversível dos desejos: a morte. O prazer e a morte são tudo uma mesma coisa, pois me esgamo e me mato a cada momento que sinto que te quero; e quando tenho, a morte é súbita.

Quebre meus ossos
preste atenção
ame-me
beije-me cowboy
corte seus pulsos
rasgue suas pernas
beije minha boca
beije-me cowboy
olhe esses quartos
tapetes sujos
e as janelas
vidros quebrados
olhe aqueles olhos
aqueles olhos negros
e no espelho
no espelho teu corpo vejo
as paredes brancas
espere por mim
espere
espere por mim
prostitutas
travestis
face a face
beije-me cowboy
raspe suas pernas
pegue meu quadril
ame-me
beije-me cowboy
ame-me, beije-me
ame-me, mas puxe o gatilho

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A monstruosidade de Sócrates

Sonho da madrugada do dia 18/06/2010.

Muitas coisas ocorriam ao meu redor. Eu estava num lugar bonito, com pessoas que gosto e tudo mais. Era um lugar que me lembrava Guarapuava. Um lugar cinza, chocante, e ao mesmo tempo lindo e sombrio. Não havia sol, mas havia luz. Acho que dentro de mim. Mas meu quarto era obscuro e meu coração, fechado. O que eu precisava para me libertar? ... essa era uma grande pergunta. Tudo era cinza, lindo, decadente. Assim como eu e minha vida. Eu precisava de algo para me pôr medo e me abrir os olhos, nem que fosse minha própria sombra ou um grande monstro de olhos vermelhos. Eu passeava pelo jardim enquanto via tudo morrer... mas e eu? morreria? e minha alma? creio que tenho uma grande missão nessa terra. Chegara a noite e eu precisava ir pra casa. Era hora de dormir. Depois de uma partida de tênis, fui me deitar naquele meu quarto escuro. Estava absolutamente escuro, menos a janela-porta em frente à minha cama que trazia uma luz em direção a mim. Era belo. Esse lugar era comparado ao meu quarto real. Eu, que em carne e osso, antes de dormir, imaginava grandes monstros ao redor da minha cama caminhando e procurando a missa essência... O mais notável era os seus grandes olhos vermelhos que se destacam em meio à escuridão. Era algo magnífico e ao mesmo tempo temível. A última coisa que eu queria ver era um monstro assim, eu morria de medo deles... Mas nesse belo dia presenciei o meu medo, e fugi dele. Deitei em minha grande cama, espaçosa e de casal, quis me entregar ao sono. Mas Sócrates e mais um belo moço* não me deixou. Sócrates era um dos horrendos monstros de olhos vermelhos que eu temia naquele momento. Ele veio até meu quarto, que pra mim me trouze temos, e me perturbou. Seu companheiro, alguém que na realidade conheço*, veio junto me dar de presente o medo e a certeza de que nada me salvaria daquele momento, seja lá o que fizessem comigo. Me apavorei e não tive coragem de olhar fixamente Sócrates. Ele era horrível, horrendo, escrúpulo e monstruoso. Não consegui o olhar por muito tempo, mas eu havia visto e sabia que era ele. Sócrates se aproximava de mim e de minha cama e me dizia sem parar e aumentando a velocidade, porém, o dizia com tranquilidade: "Me olhe... me olhe... me olhe". Sua face era horrivelmente temível e mostrava sua monstruosidade naquela figura. De verdade ele não era tão feio assim, muito menos monstruoso. O que dava medo era seu corpo sem forma apenas definido por seus grandes olhos vermelhos e sua não nítida barba grande.
Me escondi no cobertor, perturbada com as suas palavras. Eu não sabia se olhava pra ele, ou se eu me escondia mais e me fazia acordar desse terrível sonho. Que não é tão terrível assim. Quanto eu mais me afundava no cobertor, mais ele chegava perto de mim, dizendo para eu olhar pra ele. Pois eu quae olhei, pois sua forma de dizer era calma e ao mesmo tempo inquietante. Mas o medo foi maior, e me fez acabar o sonho por minha própria vontade.


* A pessoa pelo qual me referi é uma pessoa muito especial, que me apavorou neste sonho por sua característica morta e seu corpo tipo cadáver.