"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

sábado, 28 de agosto de 2010

Declarações de um sentimento imanente

... Pois creio que é algo que eu não deveria fazer. Mas eu sinto tanta vontade... Será que, fazendo isso, eu estaria sendo egoísta? Eu estaria pensando só no meu bem, em vez de pensar numa distante relação que possuo com outra coisa que me faz bem; mas esse é o x da questão. Está longe, e eu não aguento por muito tempo ficar longe do riso, do toque, do prazer. Está justamente certo? Devo realizer o que meu "eu quer", ou devo identificar-me, especificar-me, ser propriamente "eu"? Mas não será tudo isso a mesma coisa? E como é que eu vou saber? Por que preciso saber de tudo? Por que sinto tanta vontade em saber? Por que tenho tanto cuidado? por que eu ajo pouco? Por que, quando eu ajo, eu quebro a cara; me abandonam? Não consigo ficar sozinha, embora muitas vezes um de meus maiores desejos é poder estar; mas às vezes penso como é bom depender de alguém, que possa cuidar de mim; porém, às vezes isso me destrói. Dependendo de alguém, fico bem perto de ser chutada, e ao mesmo tempo de não o ser; vai depender se é um esqueleto que irá me acolher (talvez um esqueleto rei?). Eu sinto tanto, eu sinto tanto, eu sinto tanto. Eu sou sensível! E sou infantil, maldito! Como posso afirmar algo de mim se me apaixono pelo nada? Mas o nada é alguma coisa! Será tudo? Tanta coisa se passa nessa minha cabeça, e eu não sei o que fazer. O que vou fazer da vida? Devo agir, mais uma vez, e morrer logo? Devo agir, e procurar renascer? Devo ficar parada, e morrer? Ou não devo agir, e procurar renascer? [mas renascer de que forma, se ficarei parada?] Esse é o x da questão.
Que alguma palavra seja dada! Que Hades me dê uma vida voltada para seus princípios! Que eu entenda o porquê da morte! Que eu morra, e eu fique feliz por ter vivido de alguma forma... pois não aguento chorar e vomitar dores pela morte de outrem!
Marriane.

Devo me entregar à loucura? À noite, às pernas belas, aos cabelos despenteados, ao sujo e liberto, aos rabiscos e sentimentos, aos quartos, às tintas e ao sofá? Quanto de caneta preciso p/ que não me deixe no meio da estrada? Por que me atraio ao cruel, ao nu, ao sensual, se ao mesmo tempo, desde a minha infância, me apavoro disso? "E quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?" Pois vago pelos corredores em busca de alguém que me ajude a responder a todas as minhas perguntas... Olhos grandes, belas pernas, liberdade, música, sono, talvez (ou não) sexo, até drogas, geladeira vazia, gatos, sujeira, pinturas, tintas, água, afinador, TV-rádio, pc inútil, sofá improvisado, pé de maconha, quarto dividido, flanela chadrez, grande estilo, bebidas, estudo, companhia, muitas pessoas e muitos amigos, cachorros, panos, plantas, garagem sem carro, artesanato, empirismo, pouca fé no mundo, talvez? [Você me atrai de uma forma, que eu não posso negá-lo totalmente. Por que você me atrai?]

Que astronômico! Muitos saem da realidade e passam a viajar, dentro e fora de si mesmos, e muitas vezes desses momentos eu não consigo entender! Seria bom poder entender a realidade dos outros, quem sabe assim, descobrindo o alheio, eu não me entenda, e passe a descobrir quem eu sou.
O lixo! Tantos pensamentos que poderiam ser deletados, indo para uma lixeira mental. E tantos outros que poderiam ser reciclados, que melhorariam muito a minha vida. Mas como fazer essa seleção? Com que critério jogarei alguns pensamentos e reutilizarei outros? Preciso de ar! E de tempo! Ou melhor, preciso de vida. "O que você faria se você tivesse uma vida"? Esse texto deveria ser resgatado. Não aguento mais café, preciso fazer outra coisa. Mas o quê? Com o que posso viver a minha vida? Talvez café.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não tenho nada bonito a dizer

Não tenho nada bonito a dizer, mas a sua beleza já expressa (quase) todas as palavras que eu teria a dizer. Mas o que falta para deixar de ser "quase", e passar a ser "todas" as palavras bonitas que se passam pela minha cabeça? A sua beleza já expressa isso, mas falta uma coisa, a grande chave, para expressar inteiramente. Apreenda a idéia de amor e será total. Assim provarás que sua vida existe para um intuito e descobrirás quem tu és... Ignore as categorias do sensual. [...]

Falta alguma coisa, eu me esqueci, me esqueço de tudo, menos de quem eu sou, talvez? Preciso decidir o que devo abandonar e o que devo aderir. Semana muito boa e ao mesmo tempo horrível! Mischa Mayski, me salve dessa angústia.

By pensando durante a rua, Marriane.

domingo, 22 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Palavras angustiadas de Cordélia (Maldição)

Johannes!

Não te chamarei "meu" Johannes, pois sei bem que nunca o foste; bem punida estou por ter permitido à minha alma que se deleitasse nesse pensamento; e contudo, chamo-te de meu; meu sedutor, meu enganador, meu inimigo, meu assassino, autor no meu infortúnio, túmulo da minha alegria, abismo da minha infelicidade. Chamo-te meu e a mim chamo tua, e tal como outrora de lisonjeava ouvi-lo, a ti que orgulhosamente te inclinaste para me adorar, deve agora soar como uma maldição lançada sobre ti, uma maldição para toda a eternidade. Não te regozijes com o pensamento de ter eu a intenção de te perseguir, de me armar com um punhal para excitar a tua troça! mas, para onde quer que fujas, ainda sou tua; vai até o fim do mundo, ainda assim serei tua; dá o teu amor a centenas de outras, ainda sou tua; sim, mesmo à hora da morte serei ainda tua. A pró´ria linguagem de que me sirvo contra ti deverá provar-te que sou tua. Tiveste a audácia de iludir um ser tão completamente que tudo te tornaste para esse ser, para mim, que terei o mais infinito prazer em me tornar tua escrava - pertenço-te, sou tua, tua maldição.
Tua Cordélia