"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O rapaz do chapéu preto

O rapaz do chapéu preto
Pois eu sempre vou ter algo bonito a dizer...

Eu te amo, eu te amo, eu te amo, rei das marés salgadas
que cobrem o meu olhar
e me fazem refletir, dentro de mim,
assim...
Ó rapaz das cruzes vermelhas
do chapéu preto e da rapariga cinzenta
me faz amar como um pilão
com flor amarela
como se diz o céu azul...
Oh homem das cinzas,
dos grilhões da caverna
da escuridão das amebas
me faz amar o teus tímpanos
e me faz navegar sobre teu peito
como se fosse em nuvens de chuva...
Ame-me como se eu fosse
a mais bela flor do jardim
menos a rosa mais vermelha (que é venenosa)
e então me faça como o próprio jardim
gigante e cheio de graça...
Quero escorrer aos escombros
com você
mas não quero morrer no poço
em que nada se vê
eu quero subir as escadas do céu
e dizer sim à mim
a teu chapéu e teu paletó
e a ti...
me ame e não me despreze
pois eu posso te fazer melhor
me ame e me conserve
como uma pílula de concepção
me entregue mas não me deixe
à mercê da mais pura dor...
Apenas me aceite
assim como sou
pois nem as paredes de meu quarto
se acostumaram com tamanha
estranheza
feiura
e erro
em uma pessa só.
Eu quero ser alguém
assim como você
que me faça entender
o que é ser e o que é ter
o que é deixar e o que é desprezar
o que ser quer ter
o que se quer amar
e o que é amar...
me diga, rapaz da escuridão
que camiseta vai vestir hoje
e que filme vai assistir
porque quero estar aí
para tirá-la e pendurá-la
nas nuvens
e me jogar ao sofá da sala
junto a um monstro estranho
que é lindo por natureza... *

* Talvez tudo isso não tenha sentido, mas foi o que escrevi durante um belo dia, em que nada poderia me atormentar... Afinal, quem será o tal "rapaz do chapéu preto", no qual se viu existir em meus tontos versos?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Devorador de Pecados

Ah, se eu pudesse mudar o que me aconteceu. Tantas angúsitas, sofrimentos, decepções, que mesmo pouco ainda estão gravados em meu peito. Mas eu construi esse passado: duvidara eu que isso fosse possível. Sempre achei que tal modo de conduzir os meus pés me levariam à desgraça, mas eu, como sempre, duvidava desse sofrimento. Continuei pisando em pedras para saber onde eu iria chegar... e eu pensava o quão mal lugar eu iria parar. E realmente parei. A dúvida se tornou amor (coisa do Teatro Mágico, que é um pouco verdade*), e ódio. Se tornou prazer, e dor (coisas de Queen of Pain). Mas como eu descrevi em um texto pessoal...parece que essa seria realmente a minha história - quem sabe eu não poste um dia ele aqui; quem visse me daria uns pontapés na bunda dizendo: "credo karol!". E se não a fosse, eu não amaria meu pai. Incrível como alguém que já morreu pode viver tanto em mim. Não quero pôr a culpa em ninguém, pois neste caso não existe culpa. Meu pai me guiou a seguir este maldito caminho, que também é maravilhoso: se tudo que passei não tivesse acontecido, eu não seria ninguém. Eu não saberia viver. Pois depois que você meteu a cara no que seu coração pediu - sem auxílio das mãos da razão, apenas da emoção - você acha a maneira certa de viver as coisas. Agora que passei pelo apse da vida, que é signo e consequência da verdadeira reconstrução do ser, eu sei melhor o que é viver. Mas algumas desgraças não te conduzirão inteiramente ao que é "saber viver". Cada vez que você sofre e depois de um tempo você aprende com isso, você renasce cada vez mais, e cada vez seu espírito se aperfeiçoa e cultiva da razão. Se tornamos novos. Se eu pudesse mudar minha história, eu não seria quem eu sou hoje. Segui, atráves de morto, o meu pai. Ele me guiou para este trajeto. E por mais que eu não tenha percebido, ele esteve comigo, me observando. Quando eu sentia-me mal, no sentido de estar-me desviando de meu "destino", eu recuava. Recuava pois eu ouvia e sentia meu pai gritar. Eu sentia suas mãos tocando minha cabeça, me dizendo "não faça isto". Como sei que era realmente ele? Isso é fácil explicar e provar para eu mesma. O difícil é demonstrar para outrem, que não está dentro de mim. Sentia sua aura sobre minha cabeça; sentia o seu cilma; o seu aspecto leonino de ser; a sua maneira de ser pai; o seu modo de querer-me bem. Amei-o sem saber, e agora o amo sem o olhar. Ppis tê-lo comigo, eu o tenho. Ele ainda continua a me guiar, e a me prover de mil pecados. Pois se não me ofereceste de dúvida, dor ee, do propriamente pecado, quem eu seria? Uma criança de 18 anos. Pois eu nada saberia da vida, em função de não sentir apgo às curiosidades... Ser curioso é descobrir-se. Ser curioso é ser pecados. E a função do pecado não é fazê-lo e pensar logo após que é errado fazê-lo; mas sim FAZÊ-LO movido pela DÚVIDA, e após um tempo do ato, refletir sobre o quanto ele foi precioso para sua vida. Pois sem ele, sua história seria completamente diferente... Pois sem ele, você não aprenderia a viver. Esta é sua função. E quanto ao perdão? É uma história muito à parte, que está também relacionada com o pecado... O pecado é necessário mesmo após o arrependimento da pessoa que o cometeu. Minha dor, que o pecado me trouxe, parece ada vez mais artificial. Não sei explicar bem o porquê, apesar que em meus sonhos sua explicação é tão nítida... É como se fosse uma dor apenas comandada pelo costume de senti-la. Cada vez mais a dor se apaga, e volta, enfraquece, e fortalece... porque estamos impregnados neste corpo que age pelo inconsciente e subconsciente. E os meus estão esquecendo essa dor e sofrimento restantes do passado... É um alívio para mim. Pois querer algo às vezes não é o suficiente. Depende do tempo. Se minha dor está se apagando, e eu estou me transformando, o pecado também foi transformado. Algo que é ruim se torna bom. Existe, talvez, um Devorador de Pecados? Serás meu pai, ou um monstro? Será alguém desta terra ou acima dela? Isso eu ainda não sei. Mas sinto que ei de saber, pois tal ser se mostrará em minha frente e me levará para o mais bonito lugar dessas vidas...