"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Na m'agapas...

Παύλος Σιδηρόπουλος (Paulos Sidiropoulos)

Να μ’ αγαπάς (Me Ame)

Σου γράφω πάλι από ανάγκη
η ώρα πέντε το πρωί
το μόνο πράγμα που 'χει μείνει
όρθιο στον κόσμο είσαι εσύ

Τι να τις κάνω τις τιμές τους
τα λόγια τα θεατρικά
μες στην οθόνη του μυαλού μου
χάρτινα είδωλα νεκρά

Να μ' αγαπάς όσο μπορείς να μ' αγαπάς

Κοιτάζοντας μες στον καθρέφτη
βλέπω ένα πρόσωπο γνωστό
κι ίσως η ασχήμια του να φύγει
μόλις πλυθώ και ξυριστώ

Βρωμάει η ανάσα απ' τα τσιγάρα
βαραίνει ο νους μου απ' τα πολλά
στον τοίχο κάποια Μόνα Λίζα
σε φέρνει ακόμα πιο κοντά

Να μ' αγαπάς όσο μπορείς να μ' αγαπάς

Αν και τελειώνει αυτό το γράμμα
η ανάγκη μου δε σταματά
σαν το πουλί πάνω στο σύρμα
σαν τον αλήτη που γυρνά

Θέλω να 'ρθείς και να μ' ανάψεις
το παραμύθι να μου πεις
σαν μάνα γη να μ' αγκαλιάσεις
σαν άσπρο φως να ξαναρθείς.

Escrevo novamente para você porque realmente preciso.
São cinco da manhã
e a única coisa que se mantém
de pé no mundo é você.
Quão bons foram os elogios.
As palavras daqueles atos
estão na tela de minha memória,
como imagens de papéis mortos.

Me ame, o quanto você puder, me ame.
Me ame, o quanto você puder, me ame.

Olhando no espelho,
vejo um rosto familiar,
cuja a feiúra talvez sairá
se eu lavar e me barbear.
O mau hálito cheira a cigarro,
minha mente está cheia de pensamentos.
Na parede,
um quadro da Mona Lisa
me faz ficar mais próximo ainda de você.

Me ame, o quanto você puder, me ame.
Me ame, o quanto você puder, me ame.

Apesar desta carta estar no fim,
ainda preciso muito de você.
Como um pássaro precisa de um fio de poste para se sustentar.
Como um preso precisa
de liberdade.
Quero que você venha e me acalme,
me conte um conto de fada,
que me abrace como a Mãe Terra,
que me leve à luz branca.


(as partes em azul são as que realmente interessa para ti, ghost.)

sábado, 11 de junho de 2011

Pensamentos sobre os meus devaneios

E a estrada espera...
já é de manhã...
Saber que vou ter que acordar mais uma vez, com o frio em minha face, com o pé gelado debaixo das cobertas, com a neblina a me esperar.
Nada mais é tão novo...
Eu tento fazer trocas comigo mesma, sei que existe uma ação maior, existe algo melhor pra se fazer do que essa luta...
Mas o meu casaco vermelho irá me esquentar;
com um livro qualquer sobre Kierkegaard, estou a navegar
sobre as neblinas do pensamento...
Oh Kierkegaard, ilumine meu pensamento! Me faça descobrir o que há entre o estado estético e o religioso, sem ser o ético. Como se dá essa passagem? Há como se desdobrar em outros estados, ou até mesmo regredir?
Por favor, não diga que sim, não diga que não, não responda qualquer coisa,
pois estará como um segundo fantasma em meu espírito,
pelo qual eu não posso fugir.
Te devo uma vida inteira,
pois me fazes descobrir o sentido da minha
me dás passagem para a eternidade
e o infinito
coisas que sempre achei que eram
tão longes de mim...
Andarei com uma caderneta
para anotar tudo que se passar de existencial em minha mente...
Porei um Paulos Sidiropoulos no ouvido
e um iLiKETRAiNS
e caminharei pelas estradas frias
em busca de um sinal de vida...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A decadência.

Eu já desconfiava que era impossível te esquecer. Ainda bem que nunca tentei. Mas sempre rodeei o mundo em minha volta, sabendo que você não estaria nele. Sim, para não sermos perfeitos. Eu precisava de agir, pensava. Mas não,agi completamente errado, como a moça de um sapato rosa goiaba...

Eu já desconfiava que seus pensamentos rodeavam outras costas, outras nucas, outros shorts. Ainda bem que em mim permaneceu o roxo. O preto, embora, desmoronou-se, e passou a caminhar por outros odores. Penso no quão frio és, matutando se isso é bom ou ruim. Penso no meu lado negro também, que não compartilhei com ninguém. Apenas com os monstros e fantasmas perdidos entre as noites no meu quarto. Queridas noites em que eu encontrava o vazio dentro de mim e o dos postes...

Permeia entre outras flores e cantos. Entre outras musas e léthes. Entre aletheias e ZEljUNG. Mas sei que o ponto inicial e final sempre será eu. Sempre será meu, e eu, o nada, em busca de Enkelt, em busca de fyldige. A perfeita decadência... está em nós. Eu já não procuro mais andar por esses caminhos, caminhos em que a tua luz não está, nem os teus conselhos e seus cabelos pretos, macios feito água molhada e fria no corpo.

Se quer saber, não amo-te humanamente, mas espiritualmente, pois minha pureza por ti não cabe nesse mundo esbelto e cheio de paixões, mas no interior e transcendente, sem ilusões...

O progresso está...dentro de nós mesmos.

Temos esse tempo pra perder.