"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eu preciso...



...um pouco mais de mim mesma, um pouco mais do mundo, do amor, da atenção, do sofrimento, da angústia, da eternidade, do infinito, do paraíso, da amizade, do carnal, da porcaria, do mal, do amor, da mediação, do equilíbrio, da virtude, da sinceridade, da paz, da matéria, do amor, do objeto, do animal, do computador, do homem, do princípe, de Kierkegaard, de Sócrates, de Adorno, do amor, do coração, do beijo, da relação, do carinho, do mar, do céu, da noite, do amor, de tudo... tudo. Mas não quero misturar as coisas. uma coisa de cada vez. um dia de cada vez.
rumo à procura de algo que busco a anos...
sei que não vai fugir, e nem se entreter com o que não deve.
direcione-se apenas a mim.
eu sei que vai.
um espaço entre...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Estranhamento.

Lua transitando na Casa 8 natal

Inicio: 24/11/2010 Fim: 25/11/2010

Sob a influência da Lua na oitava casa, estamos propensos a vivenciar situações fortemente emocionais. Podemos, por exemplo, encontrar pessoas que nos impressionem de modo incomum, a ponto de detectarmos sentimentos e humores que pareçam estranhos ao nosso "eu" habitual. Contudo, somente com o reforço de outros trânsitos pode-se prever a ocorrência de alguma situação que gerem impacto psicológico mais profundo.

Durante esse trânsito, também podemos ter as mesmas experiências relacionadas à segunda casa, como o sentimento de possessividade em relação a bens materiais ou o desejo de estar num ambiente repleto de objetos familiares que nos tragam lembranças do passado. Em caso de apego excessivo, no entanto, o risco de conflito é maior agora, pois a oitava casa também representa bens de outras pessoas e bens que possuímos em conjunto com os outros. Podemos desejar algo que não nos pertença ou então querer ter controle sobre algo que nos pertença apenas em parte.


Uma parte de mim é extremamente sensível. Quando encontro ou conheço pessoas, esse acontecimento me afeta muito, como se fosse algo internamente a mim. Porém, tenho que compreender que têm coisas que não fazem sentido, ou eu as crio, para poder 'sentir' algo em mim. Sei que as pessoas são exteriores ao meu eu, e que se internam em mim na medida do tempo e do conhecimento de suas naturezas. Ando mudando constantemente, então não sei mais o que é que sou e o que é que não sou. Também não sei direito de meus desejos, que oscilam todos os dias. Fora a minha maneira de tratar os outros. E, quando encontro alguém que não é meu costume de encontrar, fico meio chocada ou pensando a respeito. Ou até mesmo no dia-a-dia, quando passo de lugar em lugar que costumo passar, sinto coisas estranhas que não me são habituais. Impacto psicológico mais profundo? Pensamentos, sentimentos, pensamentos, sentimentos. 4. Não sei mais quem sou, e as coisas me afetam de uma maneira muito brusca.

Ainda há os desejos de possessividade em relação à objetos e às pessoas. Ah, "é meu". Ah, "eu quero porque é meu". Ah, "eu quero por que eu quero que torne-se meu". Eu "sinto que é meu". Nada pode ser meu, assim sem mais nem menos, sem uma devida 'entrega'. Os objetos também estão em transe com meu eu, me atingem a todo momento e me chamam de 'mim'. O difícil é quando quero algo que sei que não é meu, mas teimo em querer. Sei que isso não faz parte de mim. Sei que isso 'passou' a ser parte de mim, num momento propício e adequado para minha queda. Porém, não vou ajudar o 'diabo' a me despedaçar. Não vou favorecer meu próprio mal. Eu sei de algumas coisas através de visões futuristas, então tentarei deter o que for pra me trazer mal.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A eternidade.


Pensamentos aleatórios. Fundidos com desgraça, besteira e dor. Infelizmente não sei mais quem eu sou, pois um dia eu sabia aos miúdos de meu ser... Mas uma coisa eu sei: sei o que desejo. E ainda mais, sei que meu desejo pode ser, ou é, passageiro. Eu quero muito tantas coisas. Ou melhor, muito alguém. A tempos não pensava desse jeito, Ed... eu tentei ignorar o passado, tentando viver o presente. Mas que presente? O que tenho agora? Não tenho nada, ou restos de nada. Porém, tudo está em meu alcance. Mas quando é que vou tornar essa dimensão real? Meus pensamentos são absurdos, não me aguento mais, eu queria viver com tanta calma e prazer, eu queria esquecer a dor e a mágoa. Eu quero um novo tempo. Por favor, proporcione-me esse tempo. Não ouso dizer a quem peço, pois se eu disser, tal pessoa se sentirá cobrada. Não, não quero que se sinta cobrado, meu amor, eu achei que tivesse apagado nossas escrituras e nosso passado. Mas não está apagado. Ainda resta algo. Ou muito. Pelo qual posso viver um pouco hoje, e o que me dá fôlego para ainda tentar sobrevoar essa cidade de merda... Eu te amo. Mas o que venha ser o amor? Ainda digo pra ti, e ainda postarei em minhas árduas cabeleiras e paredes com sua tinta negra. Te prometo, Ed. Te prometo lhe dar um paraíso. Mas creio que preciso que você me dê mais do que você receba... isso não é justo. Estou em crise. She's lost control. Eu preciso de ajuda, eu preciso de ajuda. Está passando. Sei que ficará tudo bem... sei que ainda a cena do quarto existe. A sombra nas ruas... os seres dos postes... a escuridão... a eternidade... a vida... por favor, não esqueça. Não me esqueça. Ainda há uma chance?

Rain

sábado, 13 de novembro de 2010

Meu 12 de novembro de 2010.




Lua em Conjunção com Saturno natal

Inicio: 12/11/2010 Fim: 12/11/2010

Nesse momento, iremos nos sentir distantes de nossas emoções ou acharemos difícil lidar com elas. Talvez agora experimentemos o que consideramos nosso lado negativo e, em razão disso, poderá haver conflito entre o que pensamos a nosso respeito e os nossos ideais.

Sob a influência dessa conjunção, estaremos propensos a guardar dentro de nós sentimentos e pensamentos relativos à vida pessoal. Pessimismo, sensação de isolamento e depressão costumam acompanhar esse trânsito. É preciso, porém, ter em mente que isso tudo pode ser apenas nosso modo de ver as coisas. É recomendável, portanto, não dar tanta importância a nossos sentimentos negativos.

Sentimentos de culpa também poderão aflorar nesse momento, e o relacionamento com as mulheres será provavelmente difícil. A influência desse trânsito não é propícia à tomada de decisões relativas à vida afetiva.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

mar de lamentações...

Algumas coisas são melhores esquecidas
ou o peso do mundo irá esmagar os seus ossos...
Em uma situação ideal
isso tudo vai acabar em breve.

E eu vou deixar este mundo em pedaços...
vou deixar isso para o escaravelho e os corvos,
sob os mares e sob o solo...
Em milhões de anos
nossos ossos serão o seu petróleo.

Um por um.
Acontece a todos nós.
Quando você menos espera
seu céu vai desabar...
Ficamos surpresos ao descobrir.
foi a nossa hora de afundar ou nadar.

E eu vou deixar este mundo em pedaços...
vou deixar isso para o escaravelho e os corvos,
sob os mares e sob o solo
Em milhões de anos
nossos ossos serão o seu petróleo.

Estamos fora da nossa morte em
um mar de remorsos e
eu odeio dizer eu te avisei
Estamos fora da nossa profundidade em
um mar de excesso e
isso é tudo que eu esperava que fosse...

Stella Maris...

Tenho preguiça de dizer, tenho preguiça de falar, tenho preguiça de ser. "Jesus tá foda." As noites não são mais as mesmas, a lua parece não ser mais a mesma, eu pareço não ser mais a mesma. Não aguento mais ser assim, não aguento mais a vida, não aguento mais as minhas perguntas. Mas sei que amanhã estará tudo bem...eu sei. Não tenho ninguém para me dizer isso, ou para me encorajar. Amanhã estará tudo bem. Ou estará pior. Cada dia parece ser um dia em específico, e não apenas a continuação do hoje... Eu quero que continue pai, não quero viver um dia diferente do outro. E o que era que me diziam: "viva um dia de cada vez"? Isso é bom, mas não do jeito que está agora. Me salva.

Deixo a onda me levar
e espero nunca mais voltar
ao cais das dores que senti.
Com os dedos rasgo o mar
e me entrego a mundos que não mais
farão parte de ti.

Ah, Stella Maris guarda
um bom rumo pra mim,
que não quero desistir.
Que, se a vida é amarga
o pouco doce que me diz
já me faz alguém feliz.

Que tudo agora é tão estranho
e até os sabores me escapam.
Visto que minha luz da vida
já não se encontra aqui.
Quando as nuvens cobriram teu brilho
a tempestade me atingiu.
E este teu servo, infausto,
nunca mais sorriu.

É um vazio que consome,
deusa minha, e que arde.
Que tive mãe, minha rainha,
e tive amores.
Rudes.
Tolos.
Frios.
Mortos.
E hoje naufrago aqui
pouco a pouco à ponte em chamas.
Deusa minha, quem me ama?
Quem quer este ser febril?

Me dá teu conforto então
que é tão ruim viver em vão
e ainda penso em sorrir.
Que neste mar em que me perco
carrego um coração seco
e cansado de fugir

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Amor cansado

Eu espero que alguém abra a porta...
e venha me buscar desse tédio que me absorve.
Eu quero a vida, eu quero a morte.
Eu desejo você.


Ah, que cansaço. Mas o dia
nem se quer acabou.
E eu aqui, solfejando as notas
das palavras que ele me disse.
Já não durmo virada pra parede,
olho para a porta e ela
nunca se abre.
O guarda-roupa permanece onde está,
iluminado e escuro. Já faz parte
do meu mundo cansado.
Uma mesinha bagunçada com papéis
e pincéis já se cansaram
de escrever o que eu sinto.
A janela à espera do
fantasma convidado e transparente.
Só que ele só aparece quando eu
Não o convido.
Isso é amor.
Um amor cansado.
Não cansado de tudo.
Cansado do sol ensolarado
que esquenta meus cabelos limpos
lavados pela aurora da neblina matinal.
Ah, como eu queria que fosse
o vento.
Assim ele me levaria novamente
para a cama, a parede, o guarda-roupa,
a janela, o fantasma.
O que mais falta se cansar?
Venha, e eu o amarei.
Venha, quero cansá0lo até me fazer morrer
quero que sinta a água doce
do dia,
e a água gelada da noite.
sem gosto.
Cansar-te para lhe ver sofrer as águas
que eu lavei meu cabelo.
Até sentir-te...
Até amar-te...
Ele nunca tem fim. E sempre
agüenta a dor.
É por isso que lhe quero,
faz de mim seu cansaço
como eu o faço para mim.

Cansar-te para lhe ver sofrer, as águas
impuras que eu bebi
até sentir-te, até...
Nunca tem fim, e você sempre agüenta a dor.
(Isso é um modo de dizer "eu te amo"?)

Lady Furia, the Queen of Pain.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Eu vou me basear em alguém.

Não importa o que eu disser, sempre terei algo ou alguém em mente. Eu confundo as coisas, troco A por B, digo que C é A, enfim. É uma bosta.
Vou começar...

"As serpentes dizem não... a moça diz sim... eu quero mordê-la até sangrar, por favor me aceite. (surreal)Lamba a minha ferida? Eu sei que dói, eu sei o quanto é ruim, mas eu preciso de ti. Não da sua carne nem de seus cabelos grossos. Quero-o no espelho. (fantasma) Quero puxar os seus cabelos grossos , talvez enrolados. Dai-me o que quero, e retribuirei com a temporalidade. Ou desejas a eternidade? Não quero mais dizer. Não quero mais você. Cai fora daqui e suma da minha vida, porque meu desejo agora é outro... quero outras coisas... eu preciso saber de algo... não quero mais falar sobre isso... agora que eu te contei o meu segredo, acabou. sinto pouco. você renasceu meu desejo de morte. eu não quero mais morrer...quero ser desesperada para sempre. Amém".

Marriane

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Vício e paixão

Misturar vício com regra, paixão com eternidade, sabor com gostosura, entre outros. Devo degustar poucas gotas dessa confusão, mas devo-me dirigir à eternidade por toda eternidade... se não desviarei meus planos e irei para o mundo da perdição caso eu tome um copo de mistura.
Devo concentrar-me em meu eu e não em minhas paixões... caso eu concentrar nos meus desejos, perderei a minha concepção do meu eu, que estou construindo... preciso apenas tomar algumas gotas de vinho (ou de puro prazer incapaz de ser realizado, intocável) para manter as esperanças de que ainda meu corpo sente algo... mesmo que sinta algo asquerozo e nojento...
Eu te amo talvez não exista, mas "eu estou apaixonada por você" existe.
Marriane.

sábado, 16 de outubro de 2010

Deixa amanhecer...



Quem Vai Limpar O Quarto De Gregor Samsa?

Dance Of Days

Composição: Nenê Altro

Não vou mais me levantar.
Não vou mais tentar
pois sempre acordo sem lembranças
tentando dizer que nada mais vai me machucar.
Nada mais vai me fazer acreditar
ser capaz de mudar, então deixa amanhecer...

Deixa outra vez sem saber porquê
Deixa outra vez sem saber...

Tentaram dizer que o garoto deveria viver
sem lhe avisar que não lhe deixariam portas
pra sair de seu quarto nem janelas.

Não vou mais insistir.
Não vou mais tirar de mim
a maquiagem borrada
e este gosto que não sabe parar.
Não vou mais tentar fingir ser forte e sorrir
quando nada mais me satisfaz...
então deixa amanhecer...

Deixa outra vez sem saber porquê
Deixa outra vez sem saber...

Tentaram dizer que o garoto
deveria correr sem parar.
Mas como correr se lhe arrancaram as pernas?
Como escapar?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Tenho desejo de mim mesma"

Eu acordo, a um horário não tão cedo, mas nem tão tarde, e começo a perceber o dia. Espero pombas pretas passarem no céu azul, para que me animem ao meu levantar. Às vezes fico com sono e tento destrair-me com Gabriel Márquez García. Eu sabia que precisava ler mais um livro dele, talvez para descobrir o quão sou esteta e asceta ao mesmo tempo. Bem, vamos lá.
Mais filmes assistidos, mais livros lidos, mais Kierkegaard's na minha mente, mais Sócrates e menos Aristóteles. Talvez Aristóteles um pouco mais, pois preciso estudar esse filho da mãe que segundo Muy Bem, falava mal das mulheres mas as tratava bem. O que eu duvido. Dessa vez fui de 500 dias com ela, pra tentar viajar um pouco mais na viagem do amor. Procuro escritos que me façam perceber que isso existe. E me identifiquei com esse filme, pois tratava de um assunto muito próximo ao qual eu estou em busca. É uma busca longa e pesada, além de muito cansativa. Alguém me estimulou a fazer tal procura, e está sendo ótimo pra mim. O que já não era a tempos, como 2005.
Eu desejo saber sobre mim, e sobre os outros. Os outros, ou a mim, que deve(m) ser meu ponto de partida? Sei que necessito de alguém para me estudar, pois como já dizia o maldito Aristóteles, "o homem é um animal político", ou seja, tem precisão de agrupar-se para conhecer a si e aos outros. Porque quero saber sobre mim? Porque necessito desta fase, deste processo? É tão complicado essa resposta, que talvez livros possam responder. Estou tão vidrada em temas como o existencialismo, o medo, a dor e o prazer que não me desgrudo mais de meu próprio eu, praticamente. É claro que não converso comigo mesma. Quer dizer, às vezes. Tá bom, eu admito, sempre falo comigo. Ou ao menos tento. Eu quero ser alguém. Quero dizer palavras aos outros. Quero que aceitem as minhas palavras, como também quero aceitá-las. Mas é difícil, mui difícil. Sou ainda um animalzinho. Uma criança. Que está atrás do que não é verossímil, mas plenamente verdadeiro, e que ainda me diga porque estou aqui. E porque existo, ou pra quem existo. Se é que existo para alguém.
Fico pensando muitas vezes, porque existo? Se estou aqui, é porque tenho algo a fazer, ou então, algo a mostrar com minha vida e minha morte. Devo ser moral de algo. Como também devo ter a moral de alguém. Conhecendo o meu ser e a meu espírito, só assim saberei porque estou aqui e qual é o valor ou significado de minha existência... Que Kierkegaard esteja certo. Ou Sócrates, minhas duas paixões. Ou melhor, meus dois amores, pelo qual encontrei uma das razões que preciso estar ainda aqui neste mundo de prazeres e desprazeres. Sinto vontade de chorar quando me lembro do filme de Sócrates, ou da obra de arte que pintaram dele quando vi num artigo que se chama "Suicídio entre filósofos". Mas vale dizer que Sócrates não se suicidou, embora muitos pensadores o achassem. Ele agora contempla a verdade, ou está me esperando para que eu contemple com ele... Bobo, não?
Junto à existência dos outros, eu me encontro em um ponto existencial, junto a essas outras pessoas. Elas me auxiliam, de certa forma, na minha busca de si mesmo.
"Pode uma pessoa ler livros incontáveis, assistir a conferências altamente intelectuais, cumular vastos cabedais de ilustração; mas se não souber penetrar em si mesma, para descobrir a verdade, para compreender o processo total da mente, os seus esforços, por certo, só gaverão de torná-la mais superficial ainda". Krishnamurti . Mais além ainda: "Estou apenas a ser como um espelho da vossa vida, no qual podeis ver-vos como sois. Depois, podeis deitar fora o espelho; o espelho não é importante." Krishnamurti. O que ele quis dizer é que ele está sendo um instrumento para que possamos, ou melhor, para que eu possa descobrir o meu eu. É essa a função do outro, ele te ajuda a encontrar o que há dentro de si, para depois deixar de utilizar o outro dessa forma quando acabar o seu uso. Mas amigos não servem somente para isso; este é apenas uma de suas utilidades, embora tenha várias outras.
Esta é a mensagem que deixo a todos.

Marriane.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O pior dos demônios

Mais um dia... mais vários dias... e a vida vai passando. ótima frase para começar uma postagem.
mais uma vez um daqueles sonhos que me atormentam e me fazem ter um dia ruim... não sei o que acontece, mas esse tipo de coisa mexe muito com o meu espírito. fico desanimada, trato todo mundo mal e não sinto vontade de falar com ninguém. porém, o sonho não foi tão horrível assim. horrível é seu conteúdo. Esta vontade horrenda de ficar com alguém, de sufocá-lo, de amá-lo, talvez seja o motivo de tal sonho. Fico à mercê todos os dias da semana a uns pobres livros. Mas talvez não tão pobre assim. Meu espírito anseia por conhecimento, enquanto meu corpo sente falta de alguém. Preciso de atenção, preciso de atenção. Eu quero conversar com alguém. Mas não com desconhecidos, ou com pessoas que tenho que falar de outras coisas. Necessito de um confidente. Porém, o que eu teria a contar? Talvez alguns pensamentos, e esses sonhos escrúpulos que tenho de vez em quando.

I

Mais uma vez o anjo mau aparece... ou melhor, este anjo é um dos piores dos demônios, pelo qual me atrevi um dia a beijar, me descabelar e viver apenas para beber uma gota de sangue. tal demônio tirou-me a vida, me arrebentou, me humilhou, e me jogou aos escombros. e agora, o que sobrou? soterrados em um quarto, sem saber para onde ir, estamos perdidos entre as janelas e à ausência do sol. seu corpo rubro e sua mão negra congelaram ao me verem, até que eu tive que tomar alguma atitude. com o tipo de frase "dai-me um abraço?", você talvez ficara com dó de uma pobre garota e abraçou-me. no começo achei que não era pra valer, ou que fez isso por respeito. mas fui abraçando-te e percebi que você fazia também por desejo; aquilo foi esquentando feito uma fogueira. abracei teu ser mais forte que podia, pensando no nosso suposto passado, porém sem intenções. você, mais quente que eu aparentemente, também começa a reagir com apertos e sufocações, com muita ansiedade talvez. nossos rostos se aproximaram graças a não ter onde pôr, e enfim nos beijamos. o pior mal de todas as épocas? havia uma cama atrás de nossos corpos, pelo qual nos atiramos ali rapidamente para reviver os tempos passados. agimos feito lobos em busca de sua caça; parecia a primeira vez que desejamos um amor que fizemos a tempos. com tanta angústia e conflituosidade, beijamo-nos cada vez mais, sem parar, sem parar. eu sentia alguma coisa doer... é claro, eu estava traindo alguém. continuamos na perdição, tempo que eu não quero jamais voltar. e tento fugir todos os dias da empeiria enganadora do amor. embora eu ame alguém. [nem todos os amores realmente o são...]
Eu não gostaria de dizer mais nada.

Sonho da madrugada do dia 7 de out. 2010, Marriane.

sábado, 28 de agosto de 2010

Declarações de um sentimento imanente

... Pois creio que é algo que eu não deveria fazer. Mas eu sinto tanta vontade... Será que, fazendo isso, eu estaria sendo egoísta? Eu estaria pensando só no meu bem, em vez de pensar numa distante relação que possuo com outra coisa que me faz bem; mas esse é o x da questão. Está longe, e eu não aguento por muito tempo ficar longe do riso, do toque, do prazer. Está justamente certo? Devo realizer o que meu "eu quer", ou devo identificar-me, especificar-me, ser propriamente "eu"? Mas não será tudo isso a mesma coisa? E como é que eu vou saber? Por que preciso saber de tudo? Por que sinto tanta vontade em saber? Por que tenho tanto cuidado? por que eu ajo pouco? Por que, quando eu ajo, eu quebro a cara; me abandonam? Não consigo ficar sozinha, embora muitas vezes um de meus maiores desejos é poder estar; mas às vezes penso como é bom depender de alguém, que possa cuidar de mim; porém, às vezes isso me destrói. Dependendo de alguém, fico bem perto de ser chutada, e ao mesmo tempo de não o ser; vai depender se é um esqueleto que irá me acolher (talvez um esqueleto rei?). Eu sinto tanto, eu sinto tanto, eu sinto tanto. Eu sou sensível! E sou infantil, maldito! Como posso afirmar algo de mim se me apaixono pelo nada? Mas o nada é alguma coisa! Será tudo? Tanta coisa se passa nessa minha cabeça, e eu não sei o que fazer. O que vou fazer da vida? Devo agir, mais uma vez, e morrer logo? Devo agir, e procurar renascer? Devo ficar parada, e morrer? Ou não devo agir, e procurar renascer? [mas renascer de que forma, se ficarei parada?] Esse é o x da questão.
Que alguma palavra seja dada! Que Hades me dê uma vida voltada para seus princípios! Que eu entenda o porquê da morte! Que eu morra, e eu fique feliz por ter vivido de alguma forma... pois não aguento chorar e vomitar dores pela morte de outrem!
Marriane.

Devo me entregar à loucura? À noite, às pernas belas, aos cabelos despenteados, ao sujo e liberto, aos rabiscos e sentimentos, aos quartos, às tintas e ao sofá? Quanto de caneta preciso p/ que não me deixe no meio da estrada? Por que me atraio ao cruel, ao nu, ao sensual, se ao mesmo tempo, desde a minha infância, me apavoro disso? "E quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?" Pois vago pelos corredores em busca de alguém que me ajude a responder a todas as minhas perguntas... Olhos grandes, belas pernas, liberdade, música, sono, talvez (ou não) sexo, até drogas, geladeira vazia, gatos, sujeira, pinturas, tintas, água, afinador, TV-rádio, pc inútil, sofá improvisado, pé de maconha, quarto dividido, flanela chadrez, grande estilo, bebidas, estudo, companhia, muitas pessoas e muitos amigos, cachorros, panos, plantas, garagem sem carro, artesanato, empirismo, pouca fé no mundo, talvez? [Você me atrai de uma forma, que eu não posso negá-lo totalmente. Por que você me atrai?]

Que astronômico! Muitos saem da realidade e passam a viajar, dentro e fora de si mesmos, e muitas vezes desses momentos eu não consigo entender! Seria bom poder entender a realidade dos outros, quem sabe assim, descobrindo o alheio, eu não me entenda, e passe a descobrir quem eu sou.
O lixo! Tantos pensamentos que poderiam ser deletados, indo para uma lixeira mental. E tantos outros que poderiam ser reciclados, que melhorariam muito a minha vida. Mas como fazer essa seleção? Com que critério jogarei alguns pensamentos e reutilizarei outros? Preciso de ar! E de tempo! Ou melhor, preciso de vida. "O que você faria se você tivesse uma vida"? Esse texto deveria ser resgatado. Não aguento mais café, preciso fazer outra coisa. Mas o quê? Com o que posso viver a minha vida? Talvez café.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não tenho nada bonito a dizer

Não tenho nada bonito a dizer, mas a sua beleza já expressa (quase) todas as palavras que eu teria a dizer. Mas o que falta para deixar de ser "quase", e passar a ser "todas" as palavras bonitas que se passam pela minha cabeça? A sua beleza já expressa isso, mas falta uma coisa, a grande chave, para expressar inteiramente. Apreenda a idéia de amor e será total. Assim provarás que sua vida existe para um intuito e descobrirás quem tu és... Ignore as categorias do sensual. [...]

Falta alguma coisa, eu me esqueci, me esqueço de tudo, menos de quem eu sou, talvez? Preciso decidir o que devo abandonar e o que devo aderir. Semana muito boa e ao mesmo tempo horrível! Mischa Mayski, me salve dessa angústia.

By pensando durante a rua, Marriane.

domingo, 22 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Palavras angustiadas de Cordélia (Maldição)

Johannes!

Não te chamarei "meu" Johannes, pois sei bem que nunca o foste; bem punida estou por ter permitido à minha alma que se deleitasse nesse pensamento; e contudo, chamo-te de meu; meu sedutor, meu enganador, meu inimigo, meu assassino, autor no meu infortúnio, túmulo da minha alegria, abismo da minha infelicidade. Chamo-te meu e a mim chamo tua, e tal como outrora de lisonjeava ouvi-lo, a ti que orgulhosamente te inclinaste para me adorar, deve agora soar como uma maldição lançada sobre ti, uma maldição para toda a eternidade. Não te regozijes com o pensamento de ter eu a intenção de te perseguir, de me armar com um punhal para excitar a tua troça! mas, para onde quer que fujas, ainda sou tua; vai até o fim do mundo, ainda assim serei tua; dá o teu amor a centenas de outras, ainda sou tua; sim, mesmo à hora da morte serei ainda tua. A pró´ria linguagem de que me sirvo contra ti deverá provar-te que sou tua. Tiveste a audácia de iludir um ser tão completamente que tudo te tornaste para esse ser, para mim, que terei o mais infinito prazer em me tornar tua escrava - pertenço-te, sou tua, tua maldição.
Tua Cordélia

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Música: Sol Gabbeta.



Sol Gabbeta é uma violoncellista argentina, com um toque encantador na música. Estive em outro blog, falava algumas coisas de artes e música, e então me interessei por esse vídeo. Nele, ela toca Dolcissimo & Fortissimo do “The Book” de Peteris Vasks. O lugar também é muito bonito, parece uma espécie de museu, ou algo parecido. Um dia eu alcanço essa mulher. E a Jaqueline Du Pré também! :p

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Grãos de sonhos

E ao chegar no meu jardim... mostro as flores que tanto te falei. Por que insistiu em conhecê-lo? Parece-mes que agora não faz sentido algum... parece distante do que eu conheço por vida... Mas afinal, porque visitas-te a minha mente? Por que você se encontra nos meus sonhos?
Reconheço esse teu olhar... e também o que havia em volta. Muita escuridão, e muita clareza. Mas o que realmente havia em volta?
Acordei de um sonho bom... que eu queria gravar. Pra poder mostrar pra alguém, pra quem eu pudesse apontar...
Quem mandou esse anjo, com quem sonhei?
Diz pra mim?
De onde vem esse anjo? Tão angelical... É por isso que eu sonhei.
Eu quero essa resposta.
Quero reprisar o sonho bom. (os sonhos bons)

confusão de uma mente quase perdida...

Eu não sei. Parece que retorno ao mesmo lugar. "Não nos iludimos com momentos". Então o que estou querendo fazer? Tire-me essa sensação de alívio artificial... não quero me entregar a este dito cujo. Só quero estar bem. O Rei do sol é frio... preciso me controlar e tirar esses "demônios" da minha cabeça, não quero ter novos espíritos como companhia. QUEM é você, que é tão frio? Eu estava tão bem e de repente coisas cruéis tocam minha cabeça... Só peço que pare. pare. Quero conhecer o intocável, e não o que posso tocar com as minhas mãos com maior facilidade... Quero o que não existe. Desejo um anjo, que talvez seja anjo demais para mim. "Ele pode muito bem estar se disfarçando de anjo, quando na verdade é um demônio." Como ei de descobrir, se pareces com perfeita pureza? Eu não quero errar e cometer um dos piores erros... me guie enquanto você for bom, que fecharei os meus olhos enquanto você for o que parece ser... Me faça enxergar quem tu és... Mas não me dane do seu lindo brilho... Amém.

A vida me diz sim, pela primeira vez.

A vida me diz sim, pela primeira vez.

E eu não posso negá-la....
e muito menos quero.
Ela me aceitou; me ofereceu um
abrigo; onde muitas vezes a felicidade vai
me visitar para fazer uso do mesmo
fogo;
A felicidade me quer e eu a amo;
Como pode existir união maior?
Agora tenho uma caverna, mas que
talvez nem esse nome receberia pela sua
relação com obscuridade, trevas ou soli
dão. Digo caverna por não ser acessí
vel a todos, [...]
pois "ser feliz não é tão
comum". Uma caverna, onde sou "livre", pos
so fazer o que quiser - sabendo porque vou
fazer isso -, inclusive amar. Nela po
derei amar e ser amada intensamente.

Escrito 12/04/10

terça-feira, 6 de julho de 2010

Tarefa de casa: ler o passado.

É, às vezes acontece. De repente, me lembrei de coisas boas, e me deu vontade de ler o que já vivi e sofri antigamente. Quem diria que um dia eu cresceria e superaria certas fases.... e quem diria que a cada dia que passa, e a cada ano que passa, coisas boas e novas chegam. Por enquanto estou vivendo uma ótima fase. Mas já vivi fases horríveis...era hora de algo bom, né?
Fiquei meio chocada com certas coisas que escrevi. Eu não sabia que tinha escrito coisas tão fortes... coisas censuradas, venenosas, viciosas, pecadoras. Tinha de tudo. Eu não sabia o quanto eu tinha hormônios no meu corpo... Hoje estou numa época muito sussa. Coisas muito fortes vivi... nossa eu realmente era muito sensível e me odiava. Ou melhor dizendo, odiava tudo, e amava tudo... como o materialismo histórico. Eu era muito pequenina, e sentia muita coisa... nem consigo acreditar. Parece que minha pele se tornou mais dura e seca, apesar que hoje eu choro por qualquer banana. Adoro bananas =). Vendo malhação eu choro, ai que lindo. Mas voltando... muitos textos escrevi que se eu postasse aqui muita gente me odiaria, pensaria que eu fosse maluca, doida ou até pervertida. Bom, na época eu era, ou seilá, sempre fui. Mas é daquele jeito karoldiana. Não é em excesso; eu gostava muito do verde, da terra, dos quartos, dos lençóis, do céu e da lua, e relacionava tudo isso com uma metáfora sexual. Eu não sei o que eu tinha na mente, mas uma coisa é certa: escrever isso me trazia satisfação pessoal ou sexual. Eu não queria agir de tal forma; apenas sentir escrevendo o que meus versos aspiravam. Eu não era uma pessoa besterenta, e nem ficava desejando essas coisas. O que eu queria era poder escrever e sentir o que eu escrevia... mesmo que fossem textos de censura. Afinal, no meu caderninho de confissões ninguém, ou melhor dizendo, quase ninguém sabia o que estava escrito. Já leram um texto meu que falava sobre Prostituta, eu mesma me qualificando e falando das coisas que eu desejava. Era um texto altamente reflexivo, porém falava de coisas que ninguém teria coragem de falar. E eu axo que me expressei muito bem em relação ao que eu queria dizer... Quem sabe um dia eu não posto aqui, mesmo sabendo que levaria uns tapas depois. Ah, tem outro texto que me descreve quando eu vivia em Guarapuava. Cara, é tão bom lembrar de quem eu era, apesar de eu ser uma menina ingênua (ainda sou) e que só fazia os outros sofrerem. Foi tão bom lembrar de minhas antigas escrituras; consegui me sentir mais esperta e vivida. Mais madura, mais forte, mais inteligente, talvez. Porém, naquela época eu era mais pensativa. Mais solitária. Sofria mais, mas não pela solidão, mas por causa de meus próprios pensamentos, que me atormentavam e me faziam muito fechada e sofredora. É difícil explicar. Sou alguém mais aberta, hoje. Consigo ser mais livre ao falar com as pessoas... Sem minha história, sem tudo isso que eu passei - que na maioria foram coisas ruins - eu não seria quem sou hoje. Gosto de ser quem sou. Porém, eu gosto também de quem eu seria caso eu ainda morasse em Guarapuava. Eu sei quem eu seria. Mas eu não tocaria violoncello, nem namoraria aos 13 anos, e nem beijaria pela primeira vez aos 12; eu perderia a virgindade aos 18 e me formaria, faria matemática ou fonoaudiologia, seria uma boa goleira de futsal e com certeza viveria coisas muito parecidas com o que vivi na vida amorosa.

Quando começar o frio dentro de nós...
Tudo em volta parece tão quieto....
Tudo em volta não parece perto.
Toda volta parece o mais certo
Certo é estar perto sem estar...
Perto de você, sou tão perto de você, sou tão perto de você...

Quando o tempo não passar, dentro de nós...
Cada hora é como uma semana...
Cada novo alô é mais bacana...
Cada carta que eu nunca recebo...
É sempre um motivo pra lembrar
Sou tão perto de você (3x)

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...

Quando alguém se machuca, dentro de nós
Toda culpa parece resposta
Nossa busca não parece nossa
Nosso dia já não tem mais festa
Não tem pressa nem onde chegar
Sou tão perto de você

Quando a paz se anunciar, dentro de nós
É porque aquilo que nos cega, mostra um outro lado pra moeda
Que não paga as coisas do meu peito
O preço é me fazer acreditar
Sou tão perto de você

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe

Quando a música acabar, dentro de nós...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Antes do fim...



Um pouco de música na minha vida, e em todas em que se considere 'vida'...
Talvez a letra dessa música não tenha sentido algum hoje, mas sinto que algum dia ela poderá ter
Por enquanto não tenho nenhuma interpretação definitiva certa dessa música, mas ela é linda... e esse clip é muito bom.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Meu próprio inimigo: eu mesma.

Eu já não postava aqui faz um tempinho. Bom, tem-me ocorrido outras atividades e tal, e tô só tendo tempo de escrever fichamentos, resumos, análises, trabalhos do curso... enfim, tá massa mas tô parada em textos de minha autoria, poemas, contos, crônicas, pensamentos, etc. Ando escrevendo algumas baboseiras - ironia - no meu caderno de aula, para tentar distrair a minha alma das tentações humanas. Tento sair da confusão que entro (ou melhor, ela que entra em mim). Algumas coisas escritas com raiva, outras procurando paz, algumas com mágoas, enfim, nada de tão escrúpulo. Mas, na verdade, ainda sou alguém que sente. Que sente menos dor, pra falar bem a verdade. Afinal, tem um textinho sobre isso que eu gostaria de expor aqui (sei que só o Davi lê né? hehe. de repente um flanders também. :^] ). Bom, antes de postar esse texto, quero expor outro que antecede este, em relação ao conteúdo... talvez a gramática do "mim" esteja errado, mas vou deixar desse jeito mesmo.
Ah, e esse texto foi escrito em Apucarana, lá por novembro/2009, no dia em que Murta pôs-se a morrer "por causa de um garoto idiota". pg desconhecida. Ah, e também esse poema foi inspirado um pouco numa música do Dance of Days que agora não me recordo o nome. Valeu!

Eu, Inimigo de Mim Mesmo

Cresça.
Insiste em ficar parado...
Oh.

Eu, Inimigo de Mim Mesmo
Salva-me deste corpo que te faz
de abrigo
Eu, Inimigo de mim mesmo
ou devorador de pecados...
Salva-me do ser pelo qual
repartimos
Como há de me ajudar,
se és meu Inimigo?
Mas há de me ajudar
Porque vivemos juntos na mesma alma
E nem mesmo a falta de
Contribuição quanto a nós dois
não irá deter a sua sina...
Ajude-me pois assim
você também viverá.


Esse poema é aberto a todas as interpretações possíveis. Mas, para ser mais específica, eu quis dizer nele sobre um ser que está dentro de mim, como se fosse um "eu" secundário. É um outro ser que age, mas do lado oposto: o lado que me quer mal (por isso chamo "inimigo"). Ele é a parte de meu ser que traz dor e angústia. Se ele me ajudar a sair da situação de puro sofrimento, ele provavelmente morrerá. Mas se não ajudar, também morrerá (sina). Ele é meu inimigo, mas quer ficar junto a mim. Trazer-me dor é a sua sobrevivência maior do que não trazer-me. A sua sina é morrer; mas antes, é ficar junto do seu eu principal, que sou Eu. Escrevi isso quando eu estava numa situação horrível; me sentia repartida em duas e não sabia qual é que atuava na realidade. Aí senti-me como que escrevendo o que a minha alma (a parte que me quer bem) se sentia.
Beleza, por hoje é só.
=)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O rapaz do chapéu preto

O rapaz do chapéu preto
Pois eu sempre vou ter algo bonito a dizer...

Eu te amo, eu te amo, eu te amo, rei das marés salgadas
que cobrem o meu olhar
e me fazem refletir, dentro de mim,
assim...
Ó rapaz das cruzes vermelhas
do chapéu preto e da rapariga cinzenta
me faz amar como um pilão
com flor amarela
como se diz o céu azul...
Oh homem das cinzas,
dos grilhões da caverna
da escuridão das amebas
me faz amar o teus tímpanos
e me faz navegar sobre teu peito
como se fosse em nuvens de chuva...
Ame-me como se eu fosse
a mais bela flor do jardim
menos a rosa mais vermelha (que é venenosa)
e então me faça como o próprio jardim
gigante e cheio de graça...
Quero escorrer aos escombros
com você
mas não quero morrer no poço
em que nada se vê
eu quero subir as escadas do céu
e dizer sim à mim
a teu chapéu e teu paletó
e a ti...
me ame e não me despreze
pois eu posso te fazer melhor
me ame e me conserve
como uma pílula de concepção
me entregue mas não me deixe
à mercê da mais pura dor...
Apenas me aceite
assim como sou
pois nem as paredes de meu quarto
se acostumaram com tamanha
estranheza
feiura
e erro
em uma pessa só.
Eu quero ser alguém
assim como você
que me faça entender
o que é ser e o que é ter
o que é deixar e o que é desprezar
o que ser quer ter
o que se quer amar
e o que é amar...
me diga, rapaz da escuridão
que camiseta vai vestir hoje
e que filme vai assistir
porque quero estar aí
para tirá-la e pendurá-la
nas nuvens
e me jogar ao sofá da sala
junto a um monstro estranho
que é lindo por natureza... *

* Talvez tudo isso não tenha sentido, mas foi o que escrevi durante um belo dia, em que nada poderia me atormentar... Afinal, quem será o tal "rapaz do chapéu preto", no qual se viu existir em meus tontos versos?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Devorador de Pecados

Ah, se eu pudesse mudar o que me aconteceu. Tantas angúsitas, sofrimentos, decepções, que mesmo pouco ainda estão gravados em meu peito. Mas eu construi esse passado: duvidara eu que isso fosse possível. Sempre achei que tal modo de conduzir os meus pés me levariam à desgraça, mas eu, como sempre, duvidava desse sofrimento. Continuei pisando em pedras para saber onde eu iria chegar... e eu pensava o quão mal lugar eu iria parar. E realmente parei. A dúvida se tornou amor (coisa do Teatro Mágico, que é um pouco verdade*), e ódio. Se tornou prazer, e dor (coisas de Queen of Pain). Mas como eu descrevi em um texto pessoal...parece que essa seria realmente a minha história - quem sabe eu não poste um dia ele aqui; quem visse me daria uns pontapés na bunda dizendo: "credo karol!". E se não a fosse, eu não amaria meu pai. Incrível como alguém que já morreu pode viver tanto em mim. Não quero pôr a culpa em ninguém, pois neste caso não existe culpa. Meu pai me guiou a seguir este maldito caminho, que também é maravilhoso: se tudo que passei não tivesse acontecido, eu não seria ninguém. Eu não saberia viver. Pois depois que você meteu a cara no que seu coração pediu - sem auxílio das mãos da razão, apenas da emoção - você acha a maneira certa de viver as coisas. Agora que passei pelo apse da vida, que é signo e consequência da verdadeira reconstrução do ser, eu sei melhor o que é viver. Mas algumas desgraças não te conduzirão inteiramente ao que é "saber viver". Cada vez que você sofre e depois de um tempo você aprende com isso, você renasce cada vez mais, e cada vez seu espírito se aperfeiçoa e cultiva da razão. Se tornamos novos. Se eu pudesse mudar minha história, eu não seria quem eu sou hoje. Segui, atráves de morto, o meu pai. Ele me guiou para este trajeto. E por mais que eu não tenha percebido, ele esteve comigo, me observando. Quando eu sentia-me mal, no sentido de estar-me desviando de meu "destino", eu recuava. Recuava pois eu ouvia e sentia meu pai gritar. Eu sentia suas mãos tocando minha cabeça, me dizendo "não faça isto". Como sei que era realmente ele? Isso é fácil explicar e provar para eu mesma. O difícil é demonstrar para outrem, que não está dentro de mim. Sentia sua aura sobre minha cabeça; sentia o seu cilma; o seu aspecto leonino de ser; a sua maneira de ser pai; o seu modo de querer-me bem. Amei-o sem saber, e agora o amo sem o olhar. Ppis tê-lo comigo, eu o tenho. Ele ainda continua a me guiar, e a me prover de mil pecados. Pois se não me ofereceste de dúvida, dor ee, do propriamente pecado, quem eu seria? Uma criança de 18 anos. Pois eu nada saberia da vida, em função de não sentir apgo às curiosidades... Ser curioso é descobrir-se. Ser curioso é ser pecados. E a função do pecado não é fazê-lo e pensar logo após que é errado fazê-lo; mas sim FAZÊ-LO movido pela DÚVIDA, e após um tempo do ato, refletir sobre o quanto ele foi precioso para sua vida. Pois sem ele, sua história seria completamente diferente... Pois sem ele, você não aprenderia a viver. Esta é sua função. E quanto ao perdão? É uma história muito à parte, que está também relacionada com o pecado... O pecado é necessário mesmo após o arrependimento da pessoa que o cometeu. Minha dor, que o pecado me trouxe, parece ada vez mais artificial. Não sei explicar bem o porquê, apesar que em meus sonhos sua explicação é tão nítida... É como se fosse uma dor apenas comandada pelo costume de senti-la. Cada vez mais a dor se apaga, e volta, enfraquece, e fortalece... porque estamos impregnados neste corpo que age pelo inconsciente e subconsciente. E os meus estão esquecendo essa dor e sofrimento restantes do passado... É um alívio para mim. Pois querer algo às vezes não é o suficiente. Depende do tempo. Se minha dor está se apagando, e eu estou me transformando, o pecado também foi transformado. Algo que é ruim se torna bom. Existe, talvez, um Devorador de Pecados? Serás meu pai, ou um monstro? Será alguém desta terra ou acima dela? Isso eu ainda não sei. Mas sinto que ei de saber, pois tal ser se mostrará em minha frente e me levará para o mais bonito lugar dessas vidas...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Um pouco de Kant: Aufklarüng


Que é Esclarecimento? Ou melhor, o que é esse tal de Aufklarüng? Segundo Kant, "é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado". Menoridade, nesse sentido, é o não-uso do pensamento próprio; é o "relaxamento" quanto ao autoconhecimento ou o conhecimento do mundo. Não apenas ao conhecimento, mas às próprias ações do homem, seja qual sentido for. O homem se acha incapaz de fazer uso de seu próprio entendimento; sempre ele precisa de alguém para direcioná-lo. Ele se torna culpado pois não possui "coragem e decisão de servir-se a si mesmo sem a direção de outrem."
O homem é covarde por não atender ao seu próprio eu, e assim faz utilidade de outras pessoas para realizarem as tarefas que ele mesmo deveria realizar. O homem não é íntimo de si mesmo. Ele está separado de seu eu: isso concerne a sua falta de decisão. Então, preguiça e covardia fazem com que as pessoas continuem "menores" por toda vida. Pois é cômodo ser menor. É tão fácil ser menor; não preciso me esforçar para nada, pois sempre tenho alguém para fazer por mim.
E quando surge um pequeno desejo de passagem para o Esclarecimento - que não é plena essa passagem -, as pessoas consideram
difícil essa transformação para a maioridade; e além do mais, a consideram perigosa. Pensar por si próprio, libertar-se é perigoso. É dificil desvencilhar-se da menoridade pois se tornou quase uma natureza. Para elas, é natural que alguém me dirija. Criou até um certo amor por ela, o que deixou-as incapazes de utilizarem seu próprio entendimento - pois, afinal, nunca tentaram mudar. "Ora, na verdade esse perigo não é tão grande, pois aprenderiam muito bem andar finalmente, depois de algumas quedas".
"Quem deles [dos indivíduos em estado de menoridade] se livrasse só seria capaz de dar um salto inseguro mesmo sobre o mais estreito fosso, porque não está habituado a este movimento livre. Por isso são muito poucos aqueles que conseguiram, pela transformação do próprio espírito, emergir da menoridade e empreeder então uma marcha segura". Esse trecho diz tudo em relação aos homens que tentam enfim se livrar dos grilhões desse estado de pequenez: caso conseguissem sair dessa situação, o salto seria tão inseguro pois este não está acostumado a viver livre, indepentende. Por isso consideramos difícil essa passagem, pois ela exige esforço; e quando conseguimos ser "maiores", não acabou. Precisamos seguir em frente; pois o Esclarecimento não é uma fase. É um processo: nunca chegaremos a estar plenamente esclarecidos, pois o esclarecimento se dá em nós como um processo, como uma transformação constante.
O indivíduo chega até a criar um amor pela menoridade, pois ele não exerce força alguma. Decidem ter amor por ela, mas ela trará incapacidade do indivíduo de realizar as coisas a sua maneira (a pessoalidade e instrução de viver sem dependência de tutela).
"Para este esclarecimento, porém nada mais se exige senão liberdade". Ou seja, o Auflkarung pode ser sinônimo de liberdade. E pode-se chamar de liberdade o uso público de sua razão. "O oficial diz: Não raciocineis, mas exercitai-vos! O financista exclama: Não raciocineis, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocieis, mas crede! (Um único senhor no mundo diz [que acho que é Deus]: raciocinai, tanto quato quiserders, e sobre o que quiserdes, mas obedecei!)". Isso é uma limitação da liberdade. O uso público deve ser live, e é ele quem pode realizar o esclarecimento. O uso privado da razão anda por limites; porém, ele não impede o esclarecimento. Uso público se entende por aquele, enquanto sábio, trabalha com a razão e faz dela a palavra diante de um público.
Em relação aos trabalhos que existem numa sociedade, nem todos pode-se agir como um sábio. Alguns membros de uma sociedade - certos trabalhadores - devem comportar-se de maneira passiva. Essa é uma prova de que eles não podem fazer uso de seu entendimento em pleno trabalho, como um sacaerdote está obrigado a fazer seu sermão sem questioná-lo. Contudo, isso não impede-o de fazer observações sobre os erros da Igreja, falhas com o que se relacionam com ela ou algo do tipo. Talvez ele possa expor essas observações fora da Igreja; mas dentro, ele seria punido por tais ações. Um jeito para de raciocinar em público seria escrever um livro: isso tornaria totalmente público as suas idéias quanto a um determinado assunto. Enquanto sábio, o sacerdote - e outros indivíduos que atuem em outras áreas - tem liberdade total, e até mesmo o dever de tornar público todas as suas idéias - bem intencionadas, é claro - dizendo o que há de errôneo no tal credo, e até dar suposições e prorpor propostas para tornar a Igreja uma melhor instituição para manter a essência da religião.
Para fixar melhor, um outro exemplo: um professor, enquanto faz uso de sua razão no espaço particular, tal se define como uso privado, pois é um uso doméstico. Já como sábio, o professor, por meio de suas obras, pode falar para o verdadeiro público - fora de seu trabalho, pois neste ele atua como um membro passivo de suas idéias -, o que se chama de uso público, que goza de ilimitada liberdade: fazer uso de sua própria razão e falar em seu próprio nome. Pensando assim, introduz-se 2 campos: o campo em que as pessoas se submetem e que devem agir passivamente (uso privado) e o campo livre em que elas têm o direito de tornar público os seus entendimentos (uso público).
"Mas é absolutamente proibido unificar-se em uma constituição religiosa fixa, de que ninguém tenha publicamente o direito de duvidar, [...] e com isso por assim dizer aniquilar um período de tempo na marcha da humanidade do caminho do aperfeiçoamento, e torná-lo ifecundo e prejudicial para a posteridade". Mesmo no domínio da RELIGIÃO, eu tenho que dar espaço à dúvida em função ao Esclarecimento. Não duvidar seria como negar toda capacidade humanaa de aperfeiçoamento, de um caminho melhor para a "bem condução da razão"(Descartes). É preciso usufruir os dotes do homem e não torná-lo inútil perante o seu grande conhecimento. Um homem, claro, pode adiar seu esclarecimento, "mas renunciar a ele, [...] significa ferir e calcar os pés os sagrados direitos da humanidade". Significa ser conservador: não mudar o que está constante, não mudar o que está cômodo. Que é manter a menoridade.
Mais uma parte desse texto afirma que o Esclarecimento é um processo: "vivemos agora em uma época esclarecida? a resposta será: não, vivemos em uma época de esclarecimento". Ainda permanece a tutela; por isso não vivemos numa época esclarecida. O homem precisa evoluir muito para que, na religião, possam ser "capazes de fazer uso seguro e bom de seu próprio entendimento sem serem dirigidos por outrem". "[...]esta é a época de esclarecimento".
Kant luta contra o obscurantismo(sombras na utilidade da razão): é possível o Esclarecimento em todos os âmbitos. Só depende de um ato de coragem. Kant escolheu a religião para falar da tutela pois esta é um grande exemplo de supertutela.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Νάρκισσος, o anti-herói da rebusca do próprio ser

Talvez um nome não muito criativo. Mas o que eu quis expressar aqui não é a plena alusão ao Narcisismo, muito menos mostrar-me como um adepto desse pensamento. Existem vários lados de se ver esse mito, como também o de seu movimento, o Narcisismo. Como Freud dizia, todos nós o possuimos desde o nascimento. Mas não ao extremo: a fase adolescência é muito comum nos acharmos diferenciados dos outros, mas isso não permanece intenso até o resto da vida. Vamos encontrando pessoas perfeitas para nós, e percebemos que não somos nós apenas o Rei do xadrez, ou seja, a "peça-chave" principal, para que tudo nasça ou acabe. Mas ainda não cheguei onde quero chegar.
O termo "a flor de narciso" tem várias objeções e interpretações. Não digo respeito apenas à flor propriamente dita que se chama narciso, ou a flor que ficou a beira da "fonte" que apareceu depois que Narciso morreu, de tanto admirar a imagem refletida da água. O que quero dizer também é que essa flor é única; e nossos serem provêm dela. Ou seja, somos únicos, como a flor que nasceu "de" Narciso. E por sermos únicos, temos relação com o narcisismo: a paixão por si mesmo. Não a paixão esmagadora, cruel, exacerbada; mas aquela leviana admiração por nós mesmos (seautou, transliteração do grego) nos mostra o quanto nos diferenciamos por outros e quanto somos únicos, ou seja, divergentes do resto. Mas como eu disse, esse sentimento é fraco; logo que conhecemos alguém, vemos que não somos os "únicos" (entende a expressão? únicos = especiais, diferentes positivamente) da terra, mas que conhecemos outros tipos de únicos, que é claro, diferente de nós, que acabamos nos interligando - coesão, para Durkheim.
Nunca fui exageradamente narcisista, nem fui tampouco fraca em não ser narcisista. Fui um pouco de cada, ou talvez de nenhum. Então, é mais ou menos isso que eu quis expressar. É claro, não nego, existem outras explicações para este termo. Afinal, todos nós somos únicos (não para nós mesmos, mas também para outros, que é esse o X da questão que mostra a fraqueza do narcisismo quando atingimos a maioridade - que não é bem na linhagem que Kant dizia -, mas no sentido de maturidade mesmo. [É a partir daqui desse conceito que Kant entra - Aufkarung, um dos maiores e melhores conceitos que eu já li nessa vida humana {que por hora já vivi outras que não seja humana}]).