"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

terça-feira, 6 de julho de 2010

Tarefa de casa: ler o passado.

É, às vezes acontece. De repente, me lembrei de coisas boas, e me deu vontade de ler o que já vivi e sofri antigamente. Quem diria que um dia eu cresceria e superaria certas fases.... e quem diria que a cada dia que passa, e a cada ano que passa, coisas boas e novas chegam. Por enquanto estou vivendo uma ótima fase. Mas já vivi fases horríveis...era hora de algo bom, né?
Fiquei meio chocada com certas coisas que escrevi. Eu não sabia que tinha escrito coisas tão fortes... coisas censuradas, venenosas, viciosas, pecadoras. Tinha de tudo. Eu não sabia o quanto eu tinha hormônios no meu corpo... Hoje estou numa época muito sussa. Coisas muito fortes vivi... nossa eu realmente era muito sensível e me odiava. Ou melhor dizendo, odiava tudo, e amava tudo... como o materialismo histórico. Eu era muito pequenina, e sentia muita coisa... nem consigo acreditar. Parece que minha pele se tornou mais dura e seca, apesar que hoje eu choro por qualquer banana. Adoro bananas =). Vendo malhação eu choro, ai que lindo. Mas voltando... muitos textos escrevi que se eu postasse aqui muita gente me odiaria, pensaria que eu fosse maluca, doida ou até pervertida. Bom, na época eu era, ou seilá, sempre fui. Mas é daquele jeito karoldiana. Não é em excesso; eu gostava muito do verde, da terra, dos quartos, dos lençóis, do céu e da lua, e relacionava tudo isso com uma metáfora sexual. Eu não sei o que eu tinha na mente, mas uma coisa é certa: escrever isso me trazia satisfação pessoal ou sexual. Eu não queria agir de tal forma; apenas sentir escrevendo o que meus versos aspiravam. Eu não era uma pessoa besterenta, e nem ficava desejando essas coisas. O que eu queria era poder escrever e sentir o que eu escrevia... mesmo que fossem textos de censura. Afinal, no meu caderninho de confissões ninguém, ou melhor dizendo, quase ninguém sabia o que estava escrito. Já leram um texto meu que falava sobre Prostituta, eu mesma me qualificando e falando das coisas que eu desejava. Era um texto altamente reflexivo, porém falava de coisas que ninguém teria coragem de falar. E eu axo que me expressei muito bem em relação ao que eu queria dizer... Quem sabe um dia eu não posto aqui, mesmo sabendo que levaria uns tapas depois. Ah, tem outro texto que me descreve quando eu vivia em Guarapuava. Cara, é tão bom lembrar de quem eu era, apesar de eu ser uma menina ingênua (ainda sou) e que só fazia os outros sofrerem. Foi tão bom lembrar de minhas antigas escrituras; consegui me sentir mais esperta e vivida. Mais madura, mais forte, mais inteligente, talvez. Porém, naquela época eu era mais pensativa. Mais solitária. Sofria mais, mas não pela solidão, mas por causa de meus próprios pensamentos, que me atormentavam e me faziam muito fechada e sofredora. É difícil explicar. Sou alguém mais aberta, hoje. Consigo ser mais livre ao falar com as pessoas... Sem minha história, sem tudo isso que eu passei - que na maioria foram coisas ruins - eu não seria quem sou hoje. Gosto de ser quem sou. Porém, eu gosto também de quem eu seria caso eu ainda morasse em Guarapuava. Eu sei quem eu seria. Mas eu não tocaria violoncello, nem namoraria aos 13 anos, e nem beijaria pela primeira vez aos 12; eu perderia a virgindade aos 18 e me formaria, faria matemática ou fonoaudiologia, seria uma boa goleira de futsal e com certeza viveria coisas muito parecidas com o que vivi na vida amorosa.

Quando começar o frio dentro de nós...
Tudo em volta parece tão quieto....
Tudo em volta não parece perto.
Toda volta parece o mais certo
Certo é estar perto sem estar...
Perto de você, sou tão perto de você, sou tão perto de você...

Quando o tempo não passar, dentro de nós...
Cada hora é como uma semana...
Cada novo alô é mais bacana...
Cada carta que eu nunca recebo...
É sempre um motivo pra lembrar
Sou tão perto de você (3x)

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...

Quando alguém se machuca, dentro de nós
Toda culpa parece resposta
Nossa busca não parece nossa
Nosso dia já não tem mais festa
Não tem pressa nem onde chegar
Sou tão perto de você

Quando a paz se anunciar, dentro de nós
É porque aquilo que nos cega, mostra um outro lado pra moeda
Que não paga as coisas do meu peito
O preço é me fazer acreditar
Sou tão perto de você

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe

Quando a música acabar, dentro de nós...

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