Sinto-me como um ser incompleto, alienado, sem consciência
total do mundo.
Você é a ferramenta do obscuro,
das terras incertas
que eu tento viver.
És o mistério do próprio mistério, do meu eu e do seu.
Quero-te por perto, para ver a
escuridão
que traz a sua própria contradição: a claridade. o visível.
Sinto frio sem teu frio.
sol gélido.
E esse foi o único pedaço resgatado de um caderno sobre você... A única carta de amor que escrevi pra você. A única carta de amor que eu escrevi pra você, eu perdi. A única. Agora o que me resta é a recordação dela e de ti, que de ti é mais frequente e mais viva, pois ainda tenho os teus olhos pra olhar, a tua pele clara pra sorrir, teu cabelo preto a me esfregar, teus cachos a me rodar, tuas pernas a me cobrir... Mas sei que estarás sempre longe, longe pra me proteger do grito da coruja. Quando o tenho, o tempo pára, os problemas somem, fica apenas o clima do eu, do teu eu e o de nós. Eu ainda vou resgatar meu pequeno caderno e terminar de mostrar aqui o que era pra ser mostrado somente a ti. Mas salvei este pedaço como que um rascunho, e o tenho graças a isso. É a minha única recordação. É a minha única carta de amor que te escrevi, e nem se quer te dei.
Um ser que já descobriu quem é.
(e o que quer).
(e o que quer).
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