"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A distância entre nós.

É preciso sempre fazer uma decisão. É preciso sempre honrar a liberdade. Mas a honramos somente pela honra em si? Ou pelo nosso bem? Ou por curiosidade? Ou por... qualquer coisa. Não se deve ser assim, o homem nem sabe porque escolhe entre uma coisa e outra, e acha que é livre. Tenho um destino imposto a mim, e por isso deixo de ser livre? Bem, muitos dirão que sim, mas eu digo que não. Desde de quando se estabeleceu os traumas em mim, e até mesmo antes disso, eu sabia que eu tinha um destino. Não um destino qualquer, e nem se trata de um só. Mas do que falo neste momento é o único fato maior de todos ou um dos maiores da minha vida que eu já descobri, e que nenhum ser humano estaria apto a compreender tal fato, a não ser eu mesma. Nem eu mesma na totalidade deste fato posso compreender, pois vai algo além de minha própria vida. Uma coisa eu sei: o amor existe. Só não é fácil descobrir se amo alguém. Há meses atrás, ou há anos - pois eu vivo mudando - achava que não amava ninguém, mesmo dizendo às pessoas que eu as amava. Hoje em dia não digo nada, ou às vezes, quando o sentimento pula de meu espírito, sai a frase "Eu te amo" num momento inoportuno.
Parece tão artificial o que escrevo, pois tudo que eu disse aqui não era nada do que eu queria dizer. Mas tal não significa que o que escrevi é falso.

Eu queria poder dizer a alguém o quanto eu sinto ao ver-te, o quanto eu sinto em apreciar o teu olhar sereno e desinteressado em mim, os teus cachos brilhando na névoa depois de um banho matinal, o teu sorriso puxado com dentes indescritíveis, a tua pele clara ao pôr do sol e nas noites de tremendo frio. Mas eu sou um incógnita para ti, sou a indiferença, sou a dúvida, sou a distância entre nós... Meus erros é a nossa distância, o meu sentimento por ti, as minhas escolhas, os meus caminhos seguidos, o meu corpo alastrado de manchas estranhas, os vales por onde andei e me perdi, por onde encontrei o que sempre esteve fora de mim, o exterior. És a minha luz do quarto, é a minha única e perfeita saída; eu não sou hermética e nem o quero ser, não há como ser, pois és o meu destino; não quero peragrare, não quero não estar com você. O destino não abala a minha liberdade... pois mesmo que eu me distancie de ti, não irás deixar de ser meu, meu destino, e totalmente meu, mesmo que eu não lhe toque. Eu não preciso.

Marriane
para Morrissey.

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