Parece tão artificial o que escrevo, pois tudo que eu disse aqui não era nada do que eu queria dizer. Mas tal não significa que o que escrevi é falso.
Eu queria poder dizer a alguém o quanto eu sinto ao ver-te, o quanto eu sinto em apreciar o teu olhar sereno e desinteressado em mim, os teus cachos brilhando na névoa depois de um banho matinal, o teu sorriso puxado com dentes indescritíveis, a tua pele clara ao pôr do sol e nas noites de tremendo frio. Mas eu sou um incógnita para ti, sou a indiferença, sou a dúvida, sou a distância entre nós... Meus erros é a nossa distância, o meu sentimento por ti, as minhas escolhas, os meus caminhos seguidos, o meu corpo alastrado de manchas estranhas, os vales por onde andei e me perdi, por onde encontrei o que sempre esteve fora de mim, o exterior. És a minha luz do quarto, é a minha única e perfeita saída; eu não sou hermética e nem o quero ser, não há como ser, pois és o meu destino; não quero peragrare, não quero não estar com você. O destino não abala a minha liberdade... pois mesmo que eu me distancie de ti, não irás deixar de ser meu, meu destino, e totalmente meu, mesmo que eu não lhe toque. Eu não preciso.
Marriane
para Morrissey.
para Morrissey.