"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

domingo, 18 de dezembro de 2011

Time. [2]

A gente às vezes sonha com o que nem espera... ou com o que não quer sonhar. Perfeito caso para me descrever, sonhar com pedaços de restos, com prazeres inesgotados e não usufruíveis por minha mônada... e o tempo é um ótimo fator para tentar responder. O silêncio começa, e alguns ruídos aparecem calmamente até chegar a palavra Time. É essa música que/quem toca. E quem dirá que o tempo é a primeira palavra do meu vocabulário, pois tento encontrar respontas nele. Afinal, nada ainda está respondido, pois o tempo ainda não passou. Quem sabe um dia, perto da morte talvez, eu ainda descubra o que é a vida, e possa usufruir de seus prazeres disponíveis - que aliás não só a vida oferece. Nem mesmo os prazeres fora dela eu consigo ter, quem dirá fora. O único lugar que posso encontrar prazer jorrando são nos meus sonhos. Mas isso acaba sendo vago, pois acabo não vivendo a vida. Sonho com o que fujo, que são os mais diversos prazeres, até os mais pecaminosos, os da carne, os dos doces, gortura trans, abomináveis prazeres. Se um dia vou tê-los comigo, eu não sei, vai depender do tempo e de mim. Será que vale a pena? Eu teria que deixar essa minha vida de vegetal e partir para uma nova vida. Será que vale a pena? Não é só isso que está em jogo... eu tinha todo um destino preparado, todo um plano traçado pra minha vida, mesmo eu não sentindo muita coisa com este plano. O que me faz mesmo viver é o que eu não me atrevo a tocar. Posso tocar um dia sem perder tudo o que estou construindo - ou seja, perder o que nem está feito? Vai de mim e do tempo... Tempo, me ajude nessa questão, e me ajude logo, faltam poucos dias para o meu aniversário, e alguma coisa muito grande está perto de acontecer. Não quero mais ouvir todos esses gritos perto e em mim, pois eu sei que eu posso chegar mais além. O silêncio volta, e tudo acaba ficando no mesmo lugar. Mas não sei mais se é assim que é pra estar. Perdi o encanto para com os meus planos. Talvez esteja na hora de mudar. O melhor prazer é não pensar e deixar passar o momento. Mas sou uma pessoa de certa forma reflexiva - embora tenha feito e faça muita bobagem. O silêncio me escapa e uma hora tudo cai para a ponta do funil. Time... foi essa música que estava presente no meu sonho de hoje. Pessoas correm, aparecem e somem neles, e eu fico muito apreensiva por vários dias. Não consigo conversar com ninguém, eu fico com essa angústia em meu peito, esperando por companhia, por uma pequena conversa com essas pessoas que passam por meus sonhos, e muitas vezes até abusando, um beijo.

Tudo isso se revela em 7 minutos desta música... (Time - Pink Floyd):
Indo embora os momentos que formam um dia monótono
Você desperdiça e perde as horas de uma maneira descontrolada
Perambulando num pedaço de terra na sua cidade natal
Esperando alguém ou algo que venha mostrar-lhe o caminho

Cansado de deitar-se na luz do sol, ficar em casa observando a chuva
Você é jovem e a vida é longa e há tempo para matar hoje
E depois, um dia você descobrirá que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando correr, você perdeu o tiro de partida

E você corre e corre para alcançar o sol mas ele está se pondo
E girando ao redor da Terra para nascer atrás de você outra vez
O sol é o mesmo de uma forma relativa, mas você está mais velho
Com pouco fôlego e um dia mais próximo da morte

Cada ano está ficando mais curto, você parece nunca ter tempo.
Planos que dão em nada ou em meia página de linhas rabiscadas
Aguentando em desespero quieto é o jeito inglês
O tempo se foi, a canção terminou, pensei que tivesse algo mais a dizer

Em casa, em casa novamente,
Eu gosto de estar aqui quando posso
Quando eu chego em casa com frio e cansado,
É bom esquentar meus ossos ao lado do fogo
Muito longe, atravessando o campo
O badalar do sino de ferro
Convoca os fiéis a se ajoelharem
Para ouvir feitiços ditos em voz suave.

Quando eu perceber, perdi 10 anos da minha vida... eu ainda não sei como viver, sou como uma criança perdido num mundo de fantasias, em que se tem muitas opções, mas não sabe o que escolher. No meu caso, não escolho nada. Fico trancada em mim mesma sem revelar as coisas, esperando que alguém venha abrir. Ao contrário de Adalgisa e suas escadas... Ninguém me disse que eu tinha que correr... quando decido correr, já é tarde. Essa é uma boa música para o Natal, para o Fim de Ano. Espero que todos tenham algo a dizer, e não fiquem apenas apreensivos com mais um ano que trará muitas conspirações e dúvidas, com mais um ano que trará muitas mortes e desgraças, com um ano sem saber se todo a sua luta levou a algo...
vou-me embora para o Mundo Obscuro de Marriane, enquanto o tempo ainda não traz as boas novas...

Marriane.
ou Karol, pessoalmente.

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