Parece que nos encontramos, ao entrarmos no fundo do nosso pensamento, em uma realidade fora de nós e do mundo. Estamos em lugar algum.
Quero-te por perto, com teus cachos a obscurecer a neblina, olhar-te nos teus olhos negros, mas mesmo assim, nunca irias entender. Nunca irá entender o que sinto por você, e que seu eu está jogado na eternidade, conjugado em todos os tempos do meu mundo. Oh mundo, atraia-o para mim em todos os tempos, também! Pareces invisível e cinza, tão distante de mim, não te quero assim, esqueleto das ruínas. Paira sobre mim! Idiotice minha tê-lo deixado à mercê do tempo e das coisas! Pertences para mim, num quarto vazio e colchas brancas, onde ninguém mais pode ver nossos corpos! Mas besteira minha tê-lo deixado ir rumo à temporalidade! Rumo ao tempo escasso, contínuo e absurdo! Você é de fazer o tempo parar, tu fazes o tempo parar, tudo para de rodar só pra o mundo prestar atenção em ti! Quero-te para sempre, e nunca ei mais de deixá-lo ir embora de mim! Aonde é que paro quando penso em ti? Que lugar estou? Como é que fico? Parece que vago em uma estrada que nunca tem fim... em que tudo é neblina, tudo não tem relógio, não tem contas, não tem problemas... Fico no infinito, até que uma hora eu volto para a realidade, e os problemas vem me buscar... Volto à realidade, e vejo que sobre eu e você, nem tudo está bem. Mas a luz de nós há de brilhar, no mesmo sol e na mesma estrada... E eu ei de ser paciente.
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