"Não queiras que as coisas que acontecem aconteçam como desejais; mas desejai que as coisas que acontecem sejam como são, e a vida vos fluirá tranquilamente." Epicteto

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Janela da decepção I

Eu queria poder me jogar da janela agora, mas tem gente em casa. O ritual não se satisfaria se a solidão não estivesse presente. Eu choro, pois, porque eu tento, tento, tento, e de nada me adianta, pois eu sou um fracasso humano. Me corto, me labisco, me risco e, naturalmente, me mato. Quando vejo que tudo está indo pro poço, eu tento realçar as minhas capacidades. Tento subir as escadas do paraíso, mas sempre caio. Caio. Caio.
Eu perco tudo que tenho. Não enxergo os horizontes. Vejo tudo preto.
Eu não quero estar assim, mas esse estado é a minha condição humana para estar aqui ainda... e viver o pior dos fogos. Ninguém nunca há de se matar por meus espinhos, como eu que gosto das pessoas até o fio do cabelo, e só estrago a elas e a mim mesma.
Pois, então, eu quero morte, eu quero sair.
θάνατος...

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